Fui assistir ao filme “De pai prá filho” que conta a relação
entre Luiz Gonzaga, o Gonzagão, e seu filho Gonzaguinha. Com boas recomendações
do Celinho, que viu e comentou no Sábado sem fim. Dizendo ainda que o filme o
fez lembrar-se de seu pai. Como à ele, o filme trouxe recordações de meu
querido e saudoso pai; Não pela relação difícil que os protagonistas mantiveram
entre si por quase toda vida e sim pelo fato de ambos, tanto o pai dele quanto
o meu, serem migrantes, vindos da região nordeste em busca de uma vida melhor
tanto para si quanto para seus descendentes, suas famílias e também pelo fato
de, como oriundos do sertão, apreciarem a obra de Gonzagão que expressava os
sentimentos de seu povo em suas canções, sobretudo em “Asa Branca”, além de
encantar com os acordes de sua sanfona.
Na verdade o filme revela a relação entre três gerações,
Januário, Luiz Gonzaga e Gonzaguinha. Avô, pai e filho respectivamente. Marcou-me
uma fala no início do filme que diz que se o velho é bom o menino também será.
Acho que esse foi o ponto em que me veio à lembrança do velho Castanha, alcunha
sob a qual era e ainda é conhecido meu pai, em virtude de seus cabelos de um
castanho brilhante, creio. No caso, o velho da frase. - Só queria que o menino
fosse tão bom quanto ele foi.
Em homenagem a todos os pais que vieram em busca de uma vida
melhor, deixando para traz uma história, seus pais, irmãos, suas paixões; peço
licença ao expor um singelo verso que fiz há algum tempo, num momento de
saudade, para meu querido pai que Deus chamou para Seu convívio.
Retirante
Lá vem ele, retirante
Com seu sonho a viver
Estampado em seu semblante
A vontade de vencer
Deixa para traz sua infância
Sofrida no sertão do Nordeste
Traz consigo só a lembrança
Dos conselhos do pai, “cabra da peste”
Que do roçado não viu futuro
Para si e para os seus
Se entregando assim para o mundo
Buscando o bem aos filhos que Deus lhe deu
De herança leva a lágrima contida
Que aumenta mais a dor
A saudade por toda a vida
Levarás da mãe e de seu amor
Lá vem ele, pau-de-arara
Com um sonho que não é só seu
É de todos que embarcara
Cada qual com o que o destino lhe deu.
Lá vem ele, retirante
Com seu sonho a viver
Estampado em seu semblante
A vontade de vencer
Deixa para traz sua infância
Sofrida no sertão do Nordeste
Traz consigo só a lembrança
Dos conselhos do pai, “cabra da peste”
Que do roçado não viu futuro
Para si e para os seus
Se entregando assim para o mundo
Buscando o bem aos filhos que Deus lhe deu
De herança leva a lágrima contida
Que aumenta mais a dor
A saudade por toda a vida
Levarás da mãe e de seu amor
Lá vem ele, pau-de-arara
Com um sonho que não é só seu
É de todos que embarcara
Cada qual com o que o destino lhe deu.
Sérgio - 18/05/2005
Um comentário:
Bela abordagem, nos faz remeter a nossa infância e lembrar da tríplice geração, começamos como filho, hoje somos pai e amanhã quem sabe avó, em nossa história de pai para filho.
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