O ano de 1994 foi para mim de muita emoção. Em abril tive a alegria do nascimento de minha filha Nathália. Independente das circunstâncias, chorei.
Menos de um mês depois chorei de novo, dessa vez com o Brasil inteiro, por que não dizer com o mundo, pois no dia 1º de maio daquele ano perdemos nosso herói, aquele que ao amanhecer dos domingos de fórmula um nos trazia expectativa, adrenalina, emoção e ao final das cerca de duas horas de corrida, alegria, felicidade e orgulho em sermos brasileiros. Choro ainda hoje sua perda, Airton Senna “do Brasil”!
Naquele mesmo ano, outra enorme emoção coletiva nos afetaria, agora trazendo satisfação. Após 24 anos de espera nossa seleção finalmente conquistaria outra copa do mundo, o tetra campeonato, com um time considerado por muitos, menos expressivo que os anteriores de 1974, 1978, 1982, 1986 e 1990, portanto cinco copas depois.
Mas tínhamos em nosso excrete canarinho alguns jogadores que considero craques e que provaram isso com conquistas nos clubes em que jogavam e na própria seleção, tais como Bebeto, Romário e aquele que mesmo sem ter jogado aquela copa já era esperança de um futuro promissor para ele e para nós, apreciadores do esporte bretão, o verdadeiro Ronaldinho, que o brasileiro aprendeu a amar, que cresceu tanto praticando com maestria o futebol pelos campos do mundo que deixou de ser chamado pelo diminutivo de seu nome e ainda teve acrescentado a alcunha que lhe fora reservada pelo destino, “Fenômeno”. Chorei de novo, pela conquista que parecia não querer mais o carinho dos braços de nosso povo.
Passaram-se dezessete anos desde então, entre conquistas, perdas, prazeres e dores. Nesses dezessete anos sempre esteve presente nas conversas sobre futebol em qualquer esquina e programas dos mais conceituados do planeta bola.
Saiu do subúrbio carioca para ser um cidadão do mundo. Adorado pela maioria das pessoas que o conheceram e mesmo por aqueles que, como eu, um simples cidadão comum que só pude apreciar seus feitos pela televisão, e mesmo assim, parece que somos tão próximos que na minha inocência, o tenho como um amigo, um “mano”.
Hoje, confesso, chorei de novo, mas um choro diferente, um misto de alegria e tristeza. Alegria por ter vivido essa época e a tristeza dela ter se encerrado, precocemente, diga-se de passagem, e creio contra sua própria vontade. Pois anunciou sua despedida dos gramados nesta segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011, data que entra para a história esportiva, Ronaldinho, o fenômeno!
A carreira de jogador de futebol e curta, mas ele estará para sempre nos anais do esporte mundial.
Em nome do Sábado sem fim;
Obrigado Ronaldo!