Outro dia minha filha Letícia veio com o chinelo com a tira estourada e me perguntou onde jogava fora, no lixo. Eu imediatamente, saudosista que sou, respondi a ela que – Em minha época, colocávamos um prego, grampo de cabelo, alfinete ou qualquer coisa que substituísse a parte que estourou da correia para continuar a ser usado – Ela, em sua modernidade adquirida em seus supremos oito anos de vida, me respondeu – Na sua época, pai!
Claro que me veio à mente uma espécie de saudosismo, doce Letícia. Ocorre que uma coisa leva à outra e nos esquecemos que as gerações são diferentes, a evolução não se dá só na tecnologia, mas também nas relações sociais, o que inclui as relações familiares. Mas essa não é a questão principal que quero tratar. Então vou voltar ao “meu tempo”, mesmo não sendo tão “antigo” assim para tratar do que concerne nosso blog, o futebol.
Lembro-me que os locutores de futebol tinham, cada um, um jargão, tal como o Osmar Santos que dizia: Escorregou no tomate ou pisou no caroço de abacate e por aí afora. Ocorre que dentre nós, do Sábado Sem Fim, passados alguns anos, me veio à baila o jargão do mais famoso, (Pelo menos de minha época - Ah Letícia), radialista e locutor de jogos esportivos, Fiori Gigliotti, que dizia com maestria - O tempo passa, quarenta minutos de jogo - Para determinar que as coisas não iam bem para o time que, obviamente, perdia o jogo e como ele mesmo diria - Crepúsculo de jogo...- Outro termo usado àquela época. Quem viveu viu e jamais esquecerá a emoção que essas palavras davam ao “espetáculo de jogo”. Sobretudo a emoção e expectativa gerada naquele que torcia fervorosamente para o time que até o momento encontrava-se em desvantagem no placar. Mas tudo isso para dizer que, como Fiori, o tempo passa, e nós amigos do Mais de Trinta, Num Sábado Sem fim, estamos, não no crepúsculo de jogo, mas senão aos quarenta de jogo, chegando lá. Como eu que tenho quase quarenta, o Luiz que completou por esses dias “quase” quarenta, assim como o Sílvio que findo o ano de 2010 “chegou lá” (Termo dito por um locutor que não me recordo o nome, gaúcho, que dizia –“O Internacional chegou lá”) Quando o Inter, de Porto Alegre anotava um gol. O Jorge chegou lá também esta semana e Deus queira que aqueles que ainda não tiveram tal privilégio, cheguem lá, como nós. Mencionei aqui aqueles que são freqüentes, mas não posso deixar de lembrar dos que por um motivo ou outro não podem ser tão freqüentes quanto ou como nós, como o Sérgio, Rubens, Wilsinho, Wilson (cunhado), Valdir, Caio, Mauro, Nando, e demais que fazem parte dessa família.
Em suma, parabéns aos aniversariantes recentes, que me lembro, Silvio, Jorge e Luiz.
E digo mais: Que “Abrem-se as cortinas...” “Ripa na chulipa, pimba na gorduchinha”.
Por que: “Tááá no filó!”
E queira ou não queira...
“É tetraaaaaaaaaaa...”
Sérgio.